quarta-feira, 7 de novembro de 2012

JB no país da privataria
Fulgêncio Pedra Branca
Além de escritor diletante, filósofo de botequim, também sou meio analista de Bajé, aquele do “joelhaço”, que resolvia os problemas de frigidez se trancando com as clientes bonitas por horas no consultório, talvez por isto, com todo este arererê sobre o mensalão (ou será anauê?), acabei tendo um sonho em que se misturam
realidade e ficção.
Sonhei com um personagem da história do Brasil, que prefiro não relatar quem é, por conveniência minha, e que decidirei apelidar de JB, um personagem contraditório, que até há poucos meses, quando chamava um par seu de coronel e jagunço era odiado por todo o pessoal do PIG, do Anauê, é que de uma hora para outra vestiu a capa do Batman e foi transladado a herói nacional por esta mesma direita elitista e branca brasileira.
A seguir vou relatar meu sonho com JB.
JB viu um coelhinho branco com o rabo todo sujo de preto, e decidiu segui-lo. O Coelhinho se chamava Mídia e tinha problemas de identidade, ora seu rosto era do Noblat, ora do Jabour, ora do Diogo Mainardi. Sua pele era alva, branquíssima, da cor de pele da elite e tinha olhos azuis, porque só que é branco com olhos azuis deve ter direitos na terra de Pindorama.
JB estranhou um pouco só o cheiro, porque, mesmo branquinho, o rabo do coelho estava todo sujo de cocô, e por mais que o coelhinho tentasse se limpar nas árvores, nem o cheiro, nem o pretume saíam. O coelhinho lhe disse, menino pobre, te faço um cordel de capa de revista e te faço famoso, tu vai estar em tudo que é revista, igual Gisele Bidixen, só tem que cruzar o espelho.
O cocô do coelhinho branco de olhos azuis cheirava à privatização, à PROER, à compra de voto das eleições, a Valerioduto, a lista de Furnas, mas JB, também apelidado de, Birinight, por gostar de uísque da mesma sigla, tomou mais um gole, esqueceu da histórica dor nas costas e cruzou o espelho. Lá havia mais coelhos de olhos azuis, pelo branco e fedendo a cocô. No país Cansei, das Maravilhas Privatizadas JB se olhou no espelho, sua roupa quadriculada de Alice o fazia ser perseguido, numa briga com o rei mau de copas, também conhecida como Gilmar Coronel, mas, sonho dos sonhos, espelho dos espelhos, o rei mau não era mais o Coronel Gilmar, que agora era só um bobo da corte que brincava de roda com JB.
O rei de copas, capa de revista internacional, encantado com a própria miragem, agora era JB, JB estava duplicado, o menino pobre, Alice no país das privatizações, também era o rei malvado de Copas e mandou cortar as cabeças, queria tingir de vermelho as rosas brancas, para satisfazer o coelho do PIG.
O rei JB, quanto mais cabeças cortava, mais famoso ficava, saía em todos os jornais, revistas, conseguiu uma micareta da Regina Cansada Duarte, da Ana Maria Brega e Ivete Tô Cansada Sangalo. Até uma cartinha psicografada da Hebe.
Pensou agora posso curtir umas férias com muito lúpulo e malte estrangeiros e tratar do meu torcicolo na Alemanha porque este coelhinho da mídia fede muito à Merda. JB tenta acordar do pesadelo, mas esta preso nelle, com seu vestido de Rei de Copas sanguinolenta, ele é agora um dos próprios artífices do País Cansei Privatizado das Maravilhas.
JB, sonho ou pesadelo?
Acordei deste pesadelo, assustado, com medo de que o PIG retornasse ao poder no Brasil, e voltássemos a ser o maravilhoso país das privatizações. Era dia de finados, e fiquei aliviado e feliz, porque era também em que comemorava o dia do enterro política do Zé Vampir em São Paulo. Fiquei conformado por o PIG ser bom de tapetão é ruim de voto. Os sonhos do PIG de retorno ao poder não se realizarão através do tapetão, o Brasil não é Honduras nem Paraguai e eleição ainda se ganha na urna. Isto é minha catarse deste pesadelo com JB.