sábado, 18 de junho de 2011

A morte


A Morte

A morte.
Anunciada,
Premeditada,
Cantada,
Festejada,
Mais que a vida.
A morte.
Um espetáculo circense!

A facão,
Sangue,
A tiro,
Sangue,
Na boca escorre
O gosto de sangue
Da morte.
A morte Irrompe,
Na noite,
De dia,
No asfalto,
No morro,
No sertão.

A morte,
Matada.
Arretada.
Anunciada.
Medrada.

Apertada na garganta

Como tenazes obscuras

Que teimam em nos sufocar.


Nem um pio,
Nem um grito,
Nem choro.

A morte é a padroeira,
Dos meninos
Na rua,
Das putas,
Na rua,
Dos travestis,
Na rua
Da juventude,
Lutando na rua,
E dos sem-terra
Em sua busca por uma pátria.
É a morte
Padroeira dos nossos sonhos?

A morte,
Sufocada no peito.
Evangélicos vivendo à espera da morte.
Esperança que dança a marcha fúnebre.
A angústia de não viver.

Será
A morte o fim da nossa semente.
Depois de plantados
Prosseguirão:
Esta dor?
O amor?
O ideal?

A morte não sonha e espera triunfar
Nessas horas insones
Ideais adormecidos
Que espera esperar?

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