Página de textos literários, políticos e filosóficos do escritor Roberto Ponciano. Aqui é como se fosse minha casa, onde recebo meus amigos com café quente ou cerveja, dependendo do gosto.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Balbúrdia das letras: OSamba do branco azedo esquizofrênico.FulgêncioPed...
Balbúrdia das letras: OSamba do branco azedo esquizofrênico.FulgêncioPed...: O Samba do branco azedo esquizofrênico. Fulgêncio Pedra Branca Stanislaw Ponte Preta, alther ego do saudoso Sérgio Porto, criou o in...
O
Samba do branco azedo esquizofrênico.
Fulgêncio
Pedra Branca
Stanislaw Ponte Preta, alther ego do saudoso Sérgio Porto, criou o
inesquecível samba do Crioulo doido, feito por um compositor de
escola de samba, que de tanto ser obrigado a escrever sambas
patrióticos com grandes vultos históricos, ficou tantã e misturou
todo mundo e ficou assim: Foi em Diamantina/ Onde nasceu JK/ Que a
Princesa Leopoldina/ Arresolveu se casá/ Mas Chica da Silva/ Tinha
outros pretendentes/ E obrigou a princesa/ A se casar com Tiradentes/
…/Joaquim José
Que também é/ Da Silva Xavier/ Queria ser dono do mundo/ E se
elegeu Pedro II/ Das estradas de Minas/ Seguiu pra São Paulo/,E
falou com Anchieta/ O vigário dos índios/ Aliou-se a Dom Pedro/ E
acabou com a falseta/ Da união deles dois/ Ficou resolvida a
questão/ E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história/ Que é dos dois a maior glória/ Da.
Leopoldina virou trem/ E D. Pedro é uma estação também/ O trem tá
atrasado ou já passou.
Algum fato deste tipo deve ter acontecido com os “simpáticos
apresentadores globais, Glenda Kozlowski e Luís Roberto, que
sinceramente seriam reprovados em qualquer prova do ENEM. Eles serão
motivos de uma nova composição, agora o samba do branquelo
esquizofrênico, que sem entender nada de samba e nada de nada,
decide para ganhar uns trocados ser âncora de uma transmissão de
escola de samba. Talvez seja por isto que a Globo faz uma campanha
sistemática contra o exame, seus apresentadores sucumbiriam a testes
simples de história e conhecimentos gerais. Junto com os repórteres
a dupla de apresentadores mais parecia uma dupla de comediantes da
escolinha do professor Raimundo, tantas foram as besteiras que
falaram no ar, dignas de estarem no Febeapá do Grande Stanislaw.
Para começar a repórter chamou o Rio Tâmisa da Inglaterra de Rio
Tâmis, erro de fazer minha sobrinha de três anos corar de vergonha,
era apenas o início de duas noites de tortura sem fim. Ouvir a
Glenda elogiar as “bolas redondas” da São Clemente foi de pedir
para as crianças saírem da sala, o pleonasmo foi pornográfico ou
melhor, pornofônico. Será que entre uma e outra sessão de
bodyboarder não dava para ler um livrinho? O pequeno príncipe, ao
menos?
Mas pasmem, não era suficiente. A Globo se superou na burrice de
seus apresentadores: O artista Xangai virou Xangô! Xangô, deu
vontade de perguntar, o da Mangueira, grande sambista, ou o orixá.
Podiam pedir ajuda aos universitários, ou ao estagiário de
jornalismo de plantão que não ia conseguir dizer tanta sandície.
Mas eu caí do sofá, deixando minha cachaça Magnífica derramar
quando as coisas começaram a esquentar. Imaginem olhar uma senhora
de cerca de oitenta anos, Dona Neta da Mangueira, virar a neta do
presidente de honra, Delegado, que tinha quase a mesma idade. Foi de
chorar de rir! Pensam que acabou, que era suficiente? Nada disto,
ainda no desfile da Mangueira Luís Roberto fez questão de dizer que
a festa da Penha acontece no Bairro de Ramos, deve ser efeito das
novelas globais, nas quais o Horto parece uma favela e o Encantado
tem ônibus pirata, São Cristóvão fica perto de Campo Grande... E que o
Cacique de Ramos desfile do Ramos a Bonsucesso e depois a Olaria, depois
foi para o Centro da cidade. Antes não era desfile, era maratona
Ramos-Bonsucesso-Olaria, quem chegasse vivo no Cacique ganhava.
Já se recuperaram? Posso contar mais, ou estão como eu fiquei,
chorando de tanto rir? Não acabou, pasmem, não acabou. Glenda e
Luís Roberto podem ser humoristas, seriam fantásticos na escolinha
do Professor Raimundo, mesmo sem pauta, é só deixar eles falarem.
Imaginem Marisa Monte, linda ao lado de Paulinho da Viola e a Glenda
ataca: vejam agora, Vanessa da Mata fantasiada de Clara Nunes!
Impagável! Impagável! De tirar o tubo... precisei de dois minutos
para me recuperar das gargalhadas e o constrangido desmentido, não a
Vanessa da Mata está mais atrás, mas que a Marisa Monte pode estar
também representando a Clara Nunes, isto pode! Onde? Na imaginação
tresloucada da dupla que mais parecia atores do filme Debby &
Loide?
A coisa estava tão ruim que afetou até os comentaristas, ninguém
da bancada sabia que a imperatriz fora a campeã em 1980 com o enredo
da Bahia, e não houve um ponto no apoio para soprar! E a cantora de
um música só, Fernandinha Abreu descobriu que a Imperatriz, com
dois carros quebrados tinha alegorias melhor acabadas que a Portela,
acabadas mesmo deve ser o Rio 40 Graus que fritou os miolos dela!
Enem neles! Haja Febeapa, Mobral e Enem!
Mas o final é que foi fantástico, eu guardei o melhor para o final.
Pensam que acabou, que foi dito tudo, de todas as maluquices globais,
estão enganados. Tem mais. Num arroubo digno de Rui Barbosa, Luís
Roberto deu uma de historiador ao comentar o Salgueiro, encheu o
peito e explicou para todas as crianças do Brasil que Antônio
Conselheiro foi um mártir da nossa independência! Eu demorei cinco
minutos para parar de ri, quase perdi o fôlego. O movimento
messiânico, sebastianista, mas de base social comunista virou luta
pela independência do Brasil! Cala a boca, Magda! A Globo não
precisa de humorismo, seus apresentadores já são uma piada, o final
foi nota dez em estupidez. O Ministério da Saúde devia advertir,
assistir à Globo faz mal à saúde mental, agora temos o samba do
Branquelo esquizofrênico, Foi lá em Canudos que o Brasil ficou
independente/ Antônio Conselheiro se aliou a Tiradentes...Stanislaw
deve estar chorando de rir no andar de cima!
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