quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os que fazem a greve


Os Que Fazem a Greve

Nestes dias de apostasia total, de descrença e indiferença, os que fazem a greve incendeiam os outros com a chama da esperança; os que furam a greve propagam a covardia e o conformismo.
Os que fazem a greve mostram que é necessário se indignar e que o sagrado direito de discordar e lutar por seus direitos é tão fundamental como o pão nosso de cada dia; os fura-greves se alinham com aqueles que querem transformam o ser humano numa máquina capaz apenas de trabalhar e se reproduzir.
Os que fazem a greve lutam por um futuro melhor, mais digno, onde todos possam viver e não apenas sobreviver; os fura-greves constroem um futuro de violência e caos, onde haja menos direitos e mais violência, onde o silêncio seja imperativo e obedecer, uma missão para sobreviver.
Os que fazem a greve não lutam só por aumento de salário. Os grevistas lutam por um país mais justo, mais humano, por uma humanidade mais solidária, onde o pão, a educação e a diversão sejam para todos; os que furam a greve não ligam se o pão for para poucos, e se contentam com migalhas. Justiça é uma palavra para qual não ligam e o próximo é um competidor, jamais um irmão.
Os que fazem a greve querem que o futuro de seus filhos seja límpido, com um povo bem nutrido, um país desenvolvido, com paz e moradia. Ensinam a seus filhos dignidade e honestidade, levantam alta a bandeira do amor à sua terra e ao futuro melhor; os que furam a greve não veem que legam para os seus descendentes um país dividido e violento, sem paz e igualdade. Um lugar onde só há grades, nas prisões e nas casas, e que nem o ventre das mães é seguro. Um país de poucos para o choro de muitos.
Os que fazem a greve edificam relações mais límpidas dentro do seu local de trabalho, mais transparentes, fraternas e baseadas na competência e no esforço; os que furam a greve apostam no puxa-saquismo, no cumpadrismo e na submissão. Têm mais apego a seus cargos que às suas convicções e preferem se submeter a ordem injustas que se unir e lutar por relações de trabalho claras e justas.
Os que fazem a greve estão em paz com a própria consciência e fazem a sua parte para que este país saia deste imenso atoleiro em que se encontra; os fura-greves preferem atolar no charco de indiferença a esta injustiça social, são indiferentes a toda esta imensa crise moral e espiritual que assola a nação e apenas reclamam da falência moral, como se não fossem cúmplices de tudo ao aguentar calados o desmonte do país.
Os que fazem a greve são o sal da terra!

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