quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Felina


Felina


De noite me acordas
Teu sexo em brasa já engole minha rocha.
Sinto tua febre e teu suco
E não sei se sonho ou ainda durmo.


Voas em cima do meu corpo
Teus dedos arrancam-me os pelos
E tuas unhas cortam-me em sacrifício
De tua boca, labaredas de fogo entoam nossa melodia.


Gemes, felina caçadora dona da madrugada.
Gritas em desespero.
Teus olhos voam ausentes
Teu corpo viaja nas luzes como em um calidoscópio
És mais mulher e poderosa


Sob a cama, santuário do prazer.
Vejo-te então deusa
E eu teu louvor te penetro
Explodindo-te em mil pedaços
Que cato e vou lambendo
Com a fome de um náufrago

E a perfeição de um artista.
Cego hipnotizado por tua camisola branca,
Numa transparência que me arrebata,
Que esvoaça pelo quarto em festa
E delírio e espelhos em que nos dividimos
E nos encontramos em ângulos indecentes e obscenos,
O que aumenta a fogueira
Que crepita nossa pele morena.
Rolamos sobre nossos corpos
Minha cabeça no regaço de tuas pernas,
Vou sugando o teu mel
Enquanto danças com o seio
E fala em línguas estranhas
Até se calar, perdida de tudo
Exangue, deitada, sem defesas.
Veias pulsando, rios de sangue fervente
Corpos a se confundir em um só:
Leite a escorrer em teu ventre,
Que beijo totalmente em desvario,
Calmaria após a tempestade.
A volúpia que te dou,
Que te invade
E te faz me morder
Como a querer me engolir

Para aplacar a fúria deste momento intenso
Onde todo o meu universo
Estava dentro de você.

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